Reunião Anual Fermentec: agrícola mostra seus avanços

A eficiência na parte agrícola é o primeiro passo para garantir os bons resultados na indústria no setor alcooleiro. Por isso na 33ª Reunião Anual da Fermentec a agrícola teve destaque.

Thiago Quintino, da usina São Manoel, mostrou as vantagens do controle biológico de pragas

Thiago Quintino apresentou os resultados obtidos na usina São Manoel com o uso do controle biológico da broca e da cigarrinha. Segundo Quintino, a broca Diatraea sacharallis é a principal praga. Ataca os colmos e tem ampla distribuição geográfica. Com base na intensidade de infestação final são feitos os levantamentos populacionais, avaliações da eficiência das medidas de controle e a estimativa de prejuízos econômicos e metas para o ano seguinte. De acordo com o Centro de Tecnologia Canavieira, para cada 1% de infestação final, estima-se uma redução de 1,14% na produtividade agrícola, 0,42% na produção de açúcar e 0,21% na produção de etanol. Já a cigarrinha se tornou um grande problema, principalmente com o uso da colheita mecanizada que favorece o desenvolvimento dos ovos nas raízes. O controle é feito com um fungo que, multiplicado com uma base de arroz,  infecta as ninfas e os adultos do inseto.

Roberto da Cunha Mello, do IAC: instalação correta do canavial auxilia colheita mecanizada

A colheita mecanizada também foi aborda na Reunião Anual por Roberto da Cunha Mello, do Instituto Agronômico de Campinas. Mello alertou sobre a necessidade da instalação correta do canavial e precisão das lâminas para evitar o corte parcial da cana. Com isso a cana fica leve e acaba sendo eliminada junto com a palha causando prejuízos.

Segundo Alexandre Godoy, da Fermentec, colheita da cana crua reduz contaminações

A colheita da cana crua, como mostrou Alexandre Godoy, da Fermentec, tem se mostrado uma prática muita vantajosa para a indústria. Com a cana chegando fresca à indústria, a contaminação por microrganismos foi reduzida, assim como as concentrações de dextrana, acidez e teor alcoólico. Por outro lado, houve um aumento das impurezas na planta. “O investimento em pesquisa é fundamental para minimizar ou até mesmo eliminar as impurezas do processo para reduzir as perdas”, afirmou Godoy.

Agricultura de precisão e irrigação por gotejamento

Victor Campanelli: aplicação precisa de nutrientes no solo reduz custos

A agricultura de precisão é um caminho para a redução da compra de insumos e maior aproveitamento do solo. De acordo com Victor Campanelli, da Agro Pastoril Paschoal Campanelli, a agricultura de precisão dá a segurança para saber o caminho certo. Baseado nos mapas de nutrientes no solo é possível fazer aplicações precisas. Em áreas com excesso de potássio, por exemplo, não é preciso fazer adubação. Há áreas que possuem pouco fósforo e muito potássio, é preciso equilibrar. Para isso as análises são fundamentais. “São feitas, no mínimo, 20 análises por dia. Um veículo aéreo não tripulado tem um sensor que mede a necessidade de nitrogênio da planta, assim como o trator, que faz a adubação necessária para cada área. É possível ver as falhas de cana no talhão e não investir em áreas que não darão resposta. É uma tecnologia que dá retorno”, afirma Campanelli.

Daniel Pedroso (em pé), da Netafim: gotejamento mostra bons resultados em aumento na eficiência

Finalmente, a irrigação por gotejamento teve seus resultados apresentados por Daniel Pedroso, da Netafim do Brasil. Baseado nos dados sobre fatores de produtividade, sendo 50% clima, 23% solo, 13% plantas e 14% manejo, e com chuvas cada vez mais espaçadas, as usinas investem cada vez mais em irrigação. Neste cenário a irrigação por gotejamento tem se apresentado como uma boa opção. Pedroso apresentou dados que comprovam o aumento de produtividade com este sistema. Hoje, a média de produtividade é em torno de 70 toneladas por hectare. Com o gotejamento é possível chegar a 100, até 110 ton/ha. Em relação aos cortes com a mesma muda, que atualmente variam de 3 a 5, podem chegar a 10 com a irrigação por gotejamento. Como é um sistema enterrado, permite colheita manual ou mecanizada. Cento e oitenta mil hectares de cana são irrigados por gotejamento no mundo. No Brasil, são 12 mil hectares, principalmente na região Nordeste.

Saiba mais

A cana é composta 80% por água. O estômato, conjunto de células responsável pela comunicação do meio interno com a atmosfera, libera vapor para permitir a entrada do Co2. Se a planta fica desidratada ela fecha o estômato para se proteger e evitar a saída de água. Assim, ela não recebe Co2 e enfraquece.

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