Cana crua: impurezas exigem evolução tecnológica

Por Alexandre Godoy e Fernando Henrique Carvalho Giometti

Plantio e colheita mecanizados, período de moagem cada vez mais extenso, novas fronteiras agrícolas e redução da queima são algumas das transformações que o setor sucroenergético vem passando nos últimos 10 anos. Cabe às organizações estarem atentas às mudanças e agirem com dinamismo em estratégias competitivas condizentes com a nova realidade do mercado.

Várias unidades industriais já colhem a cana de forma totalmente mecanizada e crua. Isto trouxe um impacto muito grande às operações industriais, desde o preparo e extração até a qualidade do produto final.

Vantagens da cana crua

– processamento da cana com menor tempo de entrega;
– menor contaminação microbiana e a consequente redução na concentração de compostos indesejáveis provenientes de atividade microbiana como dextrana, ácidos orgânicos e álcool;
– inversão da sacarose em glicose e frutose menor, possibilitando maior aproveitamento do açúcar no campo devido à melhoria da qualidade da cana.

Desafios

Por outro lado, em função do aumento significativo das impurezas vegetais, aumentaram também os “não-açúcares”, a saber: amido e outros polissacarídeos e oligossacarídeos, compostos fenólicos, ácidos orgânicos e açúcares redutores. Estes compostos trazem sérias dificuldades ao processo, na determinação do ART da cana, bem como na qualidade do produto final, principalmente para açúcar branco.

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