Gestão da produção e eficiência da fermentação “Efeito dominó”

Desde o advento do Proálcool muitos processos evoluíram e como andam nossos processos fermentativos?

Devemos trabalhar em cada detalhe para ter em uma gestão eficaz e não apenas eficiente. Estamos no caminho certo e, podemos melhorar. SEMPRE!

Acompanhamos processos fermentativos no Brasil e em todo o mundo, com tecnologia dos mais distintos padrões de qualidade, eficiência e investimentos. Afirmamos que claro, a tecnologia nos proporciona um ótimo avanço qualitativo e quantitativo com relação a gestão e produção eficaz. Porém, os mais simples também podem e devem aprimorar seus conhecimentos. O simples e, não menos importante costume de gerenciar os níveis de ácido lático fazem parte de uma rotina eficiente e produtiva. Quanto chega deste subproduto com o mosto e, quanto está sendo produzido na fermentação? Parâmetros ideais? O ácido lático representa em sua maioria etanol que deixou de ser produzido. Prejuízo! Quanto menor a produção deste subproduto melhor será a sua produtividade. Se ele ainda não é por nos monitorado, seu acompanhamento periódico deve ser implementado. “Não se gerencia o que não se mede”.

Além dos fatores por nós compreendidos, a fermentação pode ser avaliada com três importantes indicadores:

1 – Fermentação Lática: comumente encontrada em laticínios e maleficamente encontrada na produção de etanol, causada principalmente por bactérias.
2 – Fermentação Acética: é a oxidação parcial do álcool, produzindo ácido acético. Este processo é utilizado na produção de vinagre e do ácido acético industrial. Desenvolve-se também na deterioração de bebidas alcoólicas. Maleficamente encontrada na produção de etanol, causada por bactérias.
3 – Fermentação Alcoólica: É nosso ideal, que buscamos produzir com eficácia através das leveduras, ou seja, nossa fermentação é prioritariamente alcóolica e não lática e ou acética. Devemos acompanhar estes números e minimizar ao máximo a produção dos ácidos lático e acético para consequentemente produzir mais álcool.

“Contaminação não faz mal”

1x10e5 é considerado limite entre contaminação e prejuízo, a partir disto as perdas impactam a produção e, o bolso do investidor, ou seja, 1x10e5ufc/mL é igual a 1x 10 x 10 x10 x10 x10 então: 100.000 unidades formadoras de colônia/mL. Cem mil, sim. Cem mil bactérias em cada mL de sua fermentação que consomem o açúcar das leveduras e, não é só isso. As bactérias produzem ácidos que fazem mal as leveduras, é uma guerra e, quem pode perder?

“Ácido Lático não tem relação com a contaminação”

O ácido lático não é só diretamente ligado a contaminação por ser um subproduto produzido belas bactérias como é um indicador diretamente relacionado as perdas. Para cada molécula de ácido lático produzido uma de etanol deixou de ser constituída. O cálculo é simples.

“Antibacteriano custa caro”

Sim, em 2019 ainda se discute isso (no Brasil). Em outros países as dosagens podem ser mais baixas, porém dificilmente são realizadas bateladas sem produto. Caro, ele é quando não sabemos o quanto estamos perdendo. Quais os custos e perdas desta produção? Qual o retorno sobre o investimento? Adm de Produção, eficiência, gestão e estratégia.
As perdas associadas ao não uso custam muito mais que o antimicrobiano. Faça conosco o cálculo de custo benefício.

“Podemos trabalhar com a contaminação em 10e8”

3x10e8 são: 3x10x10x10x10x10x10x10x10 = 300.000.000 de ufc/mL. São 300 milhões de bactérias em cada mililitro de sua fermentação. É um valor altíssimo! Em alguns casos teremos quase a mesma quantia de bactérias consumindo açúcar e liberando ácidos ruins que de leveduras produzindo álcool. Lesando cada vez mais a produção de etanol.

Grandes grupos estão cada vez mais trazendo tecnologias e desenvolvendo procedimentos de condução e gestão cada vez mais eficazes, os dados utilizados para tomada de decisão devem ser extremamente precisos. Devemos cada vez mais aumentar a lucratividade, valor. Necessitamos utilizar e dar voz aos nossos números, dados e referências explícitos em cada processo. Medir e monitorar o ácido lático é uma ação simples e que dá muito resultado.

Dominó: um novo caminho na utilização de antibacterianos

Rotação “Dominó” ou “Projeto de efeito Dominó”

Visa definir no mínimo três diferentes moléculas (não confundir rotação de nome comercial, temos vários produtos no mercado com mesmo ingrediente ativo) e, intercalar a aplicação das mesmas, ao intercalar a aplicação utilizando diferentes moléculas obtemos o melhor de cada uma delas consecutivamente. Ao contrário, repetir dosagens de produtos com mesmo ingrediente ativo, as bactérias sobreviventes do último ciclo se multiplicam nos ciclos posteriores permitindo a seleção de cepas com tolerância ao produto e, prejudica cada vez mais a sua produção.

Moléculas: Observar sempre o ingrediente ativo e o teor de ativos (% de concentração) de cada produto.

Dosagem: A dosagem padrão é 3ppm. Podemos variar para mais ou para menos, de acordo com o processo.

Podemos utilizar menos antibacterianos durante a safra se, trabalharmos com melhores condições de assepsia e mosto de alimentação.

Temos casos onde os clientes trabalham com mosto de alimentação em 10e1 ou 10e2 ufc/mL e boas condições de assepsia, favorecendo assim maior controle das bactérias, nestes casos, podemos buscar utilizar menor quantidade de ácido no tratamento das cubas, temos cases de clientes que utilizam quantidades muito inferiores ao tradicional e, pontualmente realizam dosagens tradicionais, em conjunto com a aplicação continua de antibacterianos em todos os pés de fermento, com dosagens que podem chegar a 0,5ppm de acordo com as condições de processo, multiplicação bacteriana, assepsia e mosto. As aplicações devem sempre ser definidas caso a caso. Partindo de uma dosagem maior de ácido e antibacteriano e vir baixando as mesmas ciclo após ciclo visando encontrar o melhor custo X benefício com a menor dosagem continua possível. Caso as condições mudem e, o desafio seja maior, as dosagens voltam ao padrão até que se reestabeleça o controle e possamos voltar a baixar as doses. Investimento? Maior atenção aos números que devem ser periódicos e precisos.

Não temos grande influência de pH nos resultados obtidos com nossos antibacterianos. Resumidamente o ácido sensibiliza as bactérias e, o antibacteriano pode controlar mais bactérias por isso. Por este motivo as condições de assepsia e tratamento de mosto devem caminhar juntas, ser sempre muito bem conduzidas favorecendo o controle das bactérias e deixando os resultados mais evidentes. Para isso o controle das análises e amostragens é fundamental.

O antibacteriano sempre dá resultado, porém em condições de assepsia ineficiente e de contaminação no mosto igual ou maior que 10e3 a visibilidade destes resultados é mais complexa, a condição é ótima para a proliferação das bactérias que é constante, o antibacteriano é uma ferramenta estratégica de combate e, não uma “bomba atômica”.

Recomendação

Reduzir a aplicação de ácido gradativamente, subindo o pH de forma escalonada (a cada ciclo) reduzindo o ácido aos poucos até zerar sua aplicação ou chegar numa dosagem mínima, mantendo a aplicação de antibacterianos continuamente em cada dorna, intercalando moléculas a cada aplicação (dosagem pode chegar a 0,5ppm). Levantar custos de aplicação do ácido e do antibacteriano, calcular a dose e custo benefício de ambos.

Considerações importantes

Quando o mosto tiver contaminação igual ou maior que 10e3 é fundamental tratar este mosto. Podemos fazer um ótimo trabalho que pode ter seu resultado prejudicado por causa de um mosto ruim. Podemos ter um ótimo rendimento com um mosto bom, ou não, e certamente teremos um mal rendimento com um mosto ruim.

Estamos aplicando geralmente 3ppm (ex: 3kg em um volume de 1.000.000 de litros) que devem se misturar com todo o meio, permear as bactérias, inativar e ou eliminar as mesmas num período de poucas horas, onde o meio favorece e muito a proliferação das mesmas que podem se multiplicar rapidamente, ou seja, a diluição e aplicação é fundamental para a melhor eficiência dos produtos. * Solicite o protocolo de diluição e aplicação.

*As bactérias duplicam-se a cada instante de tempo. Por isso, se a população dobrar, a sua velocidade de crescimento também dobra. Se ela quadruplicar, a velocidade quadruplicará, e assim por diante, ou seja, a velocidade de crescimento é proporcional ao tamanho da população. Fique de olho nesses números, SEMPRE!

Autor: Leandro Branco Ethanol Performance Group Coordinator Phibro

Telefone: (11) 99410 7653

e-mail: leandro.branco@pahc.com

Conteúdo produzido pela empresa Alcolina

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